quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Meus novos vizinhos

Como já disse a vocês, me mudei para outra cidade, Guararema (fica a uns 80 Km de SP mais ou menos), onde passei minha infância, antes estava morando em São Paulo. A internet aqui onde moro ainda é discada, porém a vizinhança compensa.
Essa foto é do meu quintal, e acreditem, eles aparecem em bando já vi 5 deles juntos, além dos lagartos, jaguatiricas e outras espécies comuns aqui.
Confesso que amo aquela agitação de SP, sinto falta, mas a qualidade de vida daqui é bem melhor e meus filhos podem viver com mais liberdade, assim como eu vivi.



quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Hospital

Volta e meia tenho de voltar ao hospital, coisa de rotina, exames, consultas, enfim... hoje foi mais um desses dias, depois de uns 2 meses sem ir lá.
Engraçado como ainda me espanto ao ver certas coisas, não sei se todas vocês que passam pelo mesmo se chocam, nem é todo dia também que saio de lá chocada, acho que é mais uma questão de estado de espírito sabe, mas hoje foi um dia difícil. O hospital A.C. Camargo é um centro de referência no país, então lá se vê de tudo, todos os dias o hospital é lotado, às vezes nem vaga nos estacionamentos da rua têm, e olha que tem uns 5 estacionamentos... Voltando ao que eu dizia, minha consulta hoje era com o dermatologista e com o endocrinologista, ao chegar logo de cara encontrei uma mulher que chorava muito no banheiro, uma mulher que não tinha mais que 35 anos, ela lavava o rosto e voltava a chorar, lavava de novo e chorava, enquanto eu penteava meu cabelo. Não aguentei, cheguei perto dela e perguntei:
_ É vc que está doente ?
Ela respondeu com a cabeça que não.
Nessas horas não há muito o que dizer, nem eu fiquei perguntando muito quem estava doente, mas estava claro que ela acabara de receber a notícia de que alguém de quem ela gostava estava doente.
Essa notícia é como uma pancada na cara, no corpo todo, sei lá até hoje quando lembro como foi que fiquei sabendo a notícia, as lágrimas correm meu rosto.
Disse a ela, que eu tinha 29 anos quando descobri que tinha câncer e que hoje 8 meses depois, estou ótima, que era para ela ter fé, acreditar, confiar nos médicos de lá que são excelentes que tudo ia dar certo.
Ela chorou mais ainda.
Sai do banheiro e fiquei aguardando o número 086 que era minha senha para ser chamada no consultório. Enquanto eu aguardava vi duas mulheres jovens, com curativos no pescoço (provavelmente cirurgia da tireóide, suponho eu) saindo aos prantos do consultório. Não há uma maneira boa de dar uma notícia dessas, provavelmente ambas se submeteram a cirurgia e ficaram sabendo alí do resultado de suas biópsias, e claro as notícias não eram boas. Quando vejo isso tenho que me segurar muito para não chorar junto, pois sei exatamente o que elas sentem, mais ou menos como cantou a Maysa: "Meu mundo caiu!"
Outra coisa que é muito difícil para quem frequenta hospitais como nós batalhadoras, é se deparar com várias faces da doença, pessoas mutiladas que persistem lutando, jovens cheios de sonhos que tiveram suas vidas surpreendidas pelo câncer, crianças... gente, olha... não é fácil, criança então...
Vejo o olhar daquelas mães querendo gritar por socorro sem entender o por que, porque seus filhos estão passando por isso. Não há resposta, não uma que eu possa dar, há a científica, aquela dos livros médicos, mas esta resposta não é a que elas querem ouvir, nem eu.
Aliás isso é uma coisa até engraçada.
Li muitos livros de auto ajuda nesse período, e num deles, Como curar sua vida, a autora fala que toda doença está associada a algum problema emocional, no caso de problemas no seio esquerdo como foi o meu, seria problemas com homens, se fosse no direito seria com mulheres, na fase crítica em que li tudo isso cheguei até a acreditar, mas hoje pensando bem, quem é que nunca teve problemas com um homem, ou ainda com uma mulher???
Fala sério!
Às vezes penso que é melhor se ater às resposta que a medicina nos dá, ou melhor ainda, pensar que tinha que ser e pronto acabou, o que importa é daqui pra frente, mas para chegar a pensar assim, passaram-se meses. À primeira vista a notícia é uma bomba, depois, você vê que há tantos passando pelo mesmo, que há tantos que se superaram, e porque não ser mais uma a superar tudo isso?
Às vezes faço algo e sinto meu braço repuxar e penso:
_ Caramba que será isso!?
Aí logo depois lembro de tudo que aconteceu.
Com o passar do tempo parece que vira história sabe, vc tem uma lembrança daquilo e não vive mais só pensando em tudo que te aconteceu e isso é maravilhoso!
Parece que a gente volta a ser "normal" (como se isso existisse).
Aí você volta no hospital e tudo aquilo volta à sua lembrança, às vezes dá uma angústia danada relembrar tudo, outras nem tanto.
E assim vamos seguindo...
Até a próxima,

Thaís



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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Prêmio!!!


Acabo de saber que fui contemplada com o selo do Prêmio Dardos por indicação de uma pessoa muito especial para mim, minha inspiração em muitos momentos, a Dani Duran, http://contemporarycinderella.blogspot.com, que é uma batalhadora sem igual, jornalista brasileira radicada nos EUA e que tem um blog maravilhoso que ajuda muita gente. Obrigada pela indicação Dani!


"Esse prêmio visa "reconhecer os valores que cada blogueiro mostra a cada dia, seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras". (Trecho retirado do blog http://contemporarycinderella.blogspot.com)
O premiado deve seguir as seguintes instruções:


- Exibir a imagem do selo em seu blog

- Linkar o blog pelo qual você recebeu a indicação

- Escolher outros 5 blogs a quem entregar o Selo Prêmio Dardos

- Avisar aos escolhidos


As premiadas são:

Blog da Clélia uma carioca, batalhadora, que muito me faz rir com seu jeito de escrever.
Blog da Eliane, outra batalhadora, que transformou a batalha em renovação.
Blog da Rúbia a mais nova batalhadora, que com certeza contribuirá e muito com sua história.
Blog da Letícia, uma amiga, que vive hoje em Angola e a descreve sem igual.
Obrigada pelo prêmio!
Até a próxima,
Thaís