sexta-feira, 30 de maio de 2008

Tratamento

Bom, fiquei dias sem escrever, porque agora o tempo é muito precioso (sempre foi, mas depois do diagnóstico vc dá mais valor a ele), e precisei correr atrás de muitas coisas, até então desconhecidas.
Comecei meu tratamento dia 21 de maio no Hospital A. C. Camargo, o médico me deu uma lista de exames para fazer.
Comecei pelo Raio X de tórax, depois a mamografia, esta me fizeram repetir 3 vezes, e a radiologista fazia uma cara nada boa. Perguntei se tinham achado um parceiro do lado direito também. Ela não entrou em detalhes e desconversou.
Depois me chamou de novo e de novo. Aí eu já ria, não sei se de nervoso ou o que, porque todo mundo fazia uma vez só e ia embora e eu já era a quarta vez que repetia, até que veio uma médica falar comigo. Me encheu de perguntas, do tipo: _ Tem certeza que ninguém na família tem? Vc amamentou? Fuma? Eu logo respondi que não tinha nenhuma das características do grupo de risco, a não ser ter tomado anticoncepcional, mas nada além disso.
Achei tudo muito estranho, mas minha tia Magali e seu marido Júlio que me acompanharam nesse dia, e foram maravilhosos, me acalmaram, dizendo que deve ser um procedimento normal.
Tem uma coisa que eu preciso contar ainda que não dê nome às pessoas. Fui no hospital e ao sair da consulta, fui marcar os exames. Ao entrar numa das salas do hospital onde marcam os exames me deparei com uma amiga dos velhos tempos de Guararema, onde morei a vida toda (estou há 3 anos em SP), foi um espanto, ela perguntou quem eu estava acompanhando e quando disse que eu era a paciente, ela levou um susto. Ela estava ali acompanhando seu marido, pelo qual sempre tive o maior carinhoe respeito, pois cursamos a faculdade de direito juntos, fizemos estágio no mesmo local, e é uma pessoa admirável. Se não fosse tão triste seria uma festa! Poderia dizer que fiquei muito feliz de encontrá-lo lá, não fosse a gravidade da situação.
Desde então trocamos telefones e mantemos contato. Ele foi operado e passa bem.
Voltemos então ao meu caso.
Voltei ontem ao hospital, para dar continuidade aos exames que são muitos, e desta vez meu marido e meu irmão foram comigo. Meu irmão é forte, daqueles que parecem preparados para ver de tudo, já meu marido, eu sabia que poderia ficar impressionado, principalmente com as crianças. E ficou. Não disse nada, mas dava para notar.
Fiz primeiro o de urina, depois o de sangue, depois ultrasson total de abdômem, biópsia onde tiraram 4 pedacinhos do caroço, e por último a cintilografia óssea. nessa última vc recebe uma injeção minúscula de um contraste na veia, na hora não dói nada. Vc tem que esperar 2 horas para esse líquido rodar pelo seu organismo e aí fazem um tipo de raio x de seus ossos do corpo todo.
Não sei se foi esse líquido ou o quê, sei que saí do hospital com dores de cabeça terríveis, igual a nunca tinha tido antes, parecia que formigas em chamas subiam pela meinha cabeça, doía muito. Cheguei em casa e não tinha condições de ler nada, nem de falar, nem de chorar, nem de nada. Só queria que aquela dor sumisse, mas ela não sumia. Tomei alguns remédios para dor e consegui dormir. Acordei umas 2 horas depois, bem melhor, mas ainda vinham algumas pontadas.
Melhorei. Hoje acordei nova em folha. Já já tenho de voltar ao hospital para terminar meus exames.
Esses dias todos foram de muita reflexão, muitos questinoamentos, muita pesquisa, pesquisas estas feita pela internet, que às vezes ajudam e às vezes tarapalham.
Estou lendo um livro que indico para qualquer pessoa, Lance Armstrong, que conta a história de um ciclista campeão que passou pela doença, e não vou contar muito para que vocês se interessem pelo livro.
Tenho que agradecer a muitas pessoas, que estão me ajudando muito.
Meu marido que está aguentando tudo isso, meus irmãos, meus tios e tias, a Joana, uma moça delicada que conheci ainda criança que passou pelo câncer e tem me ahjudado muito com informação, digo que ela é minha enciclopédia, a Karla, a Catarina, Cuca, Letícia, que mesmo de longe se mantêm presente.
Ao Hospital A. C. Camargo que me acolheu e tem me dado a segurança que preciso e a certeza de que irão me ajudar nessa batalha.

sábado, 17 de maio de 2008

Pesquisas e esclarecimentos

É engraçado, como as pessoas reagem à sua doença.
Muitas se apavoram mais que você!
Tento não pensar muito no assunto, e muitas vezes parece que a abertura daquele envelope foi só um pesadelo.
Hoje é um dia de muita pesquisa e esclarecimentos, um dos quais meu caso contraria totalmente (vide fatores de risco abaixo), por isso, se um dia você achar que pode ser câncer mesmo sem seguir as regras abaixo, vá a luta pesquise e tenha certeza de que não é nada!

Câncer de mama
O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.
Este tipo de câncer representa nos países ocidentais uma das principais causas de morte em mulheres. As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.
No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres.

Fatores de Risco
História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de mama. A idade constitui um outro importante fator de risco, havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia (instalada após os 50 anos de idade), a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos), constituem também fatores de risco para o câncer de mama.
Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o câncer de mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como as que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.
A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.

Sintomas
Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.

Fonte:
http://www.inca.gov.br

No meu caso, senti dor na axila ao colocar roupas na secadora que é suspensa.
Aí, apalpei o local da dor e vi que havia um caroço. Achei que pudesse ser íngua ou algo parecido, não dei bola, mas os dias passavam e o caroço lá.
Uns 20 dias após descobrir o caroço, recorri a um pronto socorro, fiz um ultrassom e lá estava ele com 2,2 cm.
O médico me tranquilizou dizendo que devia ser mastite, ou uma inflamação qualquer, mas mesmo assim solicitou que eu passasse por um mastologista. Passei, o mesmo me disse que não devia ser nada, afinal só tenho 29 anos, já tive filhos e amamentei, ou seja fator de risco quase zero!
Até que fiz a punção e obtive o resultado. Na data da punção ele já media 3,5 cm.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A descoberta!

É difícil acreditar, embora a possibilidade da doença fosse grande, quando se abre um envelope e o resultado se confirma, seu mundo cai.
Não tem jeito, por mais otimista que a pessoa seja, ela chora!
Assim aconteceu comigo. Há poucas horas atrás, quando abri o envelope do exame e descobri que realmente estou com câncer de mama.
Nada tão assustador como há anos, porém fora das regras, afinal tenho apenas 29 anos, já tive dois filhos, os quais amamentei e o histórico de câncer mais próximo foi da irmã de minha avó paterna.
É um susto!
Um baita susto. Acreditem!
Resolvi então fazer algo útil, este blog para que eu mesma e quem mais desejar possa acompanhar a minha grande batalha!
Por hoje é só. Minhas idéias se misturam à novidade e começa a dar pane!