terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Exames - parte II

Querid@s, não sei vocês, mas essa primeira leva de exames, depois da descoberta, da cirurgia, etc. dá um medo do cão.
Hoje fui ao hospital, passei pelo dermatologista, pois como sou muito clara, tenho muitas pintas e queria ter a certeza de que elas não vão me causar problemas. Além disso depois da cirurgia surgiu uma mancha na minha coxa, que não coça, não incomoda nem nada, mas está lá. O médico disse que pode ser reação de algum medicamento (agora saber qual foi vai ser difícil, já que tomei vários). Vamos observar, se em um mês ela não sumir, vamos ver o que fazer, quando dizem isso é fogo!
Tomei coragem e peguei meus exames de sangue e ultrassons, aparentemente normais os ultrassons, porém meu colesterol está lá na lua de tão alto, estourando o limite daquela tabelinha de referência que nós pacientes, logo aprendemos a interpretar.
Mudando de assunto, a revista época dessa semana traz uma repostagem com um grande amigo meu, o Gregório, ele tem 3 anos, o conheci na sala de exames de sangue do hospital e naquele dia eu havia ido ao hospital de metrô, pois ainda não podia dirigir e ao passar por uns camelôs comprei dois pintinhos, daqueles que vc dá corda e ele anda. Uma para cada filho meu, mas ao conhecer o Gregório dei um para ele e começou aí a nossa amizade. Na revista o chamam de Marcos, é que é Marcos Gregório, mas ele se apresenta como Gregório!




Uma criança linda, na época estava bem carequinha e gordinho, na revista ele já está com o cabelo arrepiado e mais magro. Ele estava gordinho por causa dos efeitos da quimioterapia e ele sabia de tudo, de todos remédios que tomava, dos exames que fazia, de como eram feitos esses exames, tudo. Uma criança tão madura que espanta! A avó dele incansável sempre com o maior carinho com ele. Ele vaidoso sempre combinava as roupas com o tênis e mostrava. Passei a encontrá-lo com frequência, na época em que ia dia sim dia não ao hospital, ficamos amigos, eu sempre perguntava dele e ele de mim. Um dia perguntei o que ele mais gostava e ele me disse que era miojo, e de feijão hein! Que fofo!


Link para a reportagem completa: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI18138-15257,00-A+NOVA+CARA+DO+CANCER+INFANTIL.html

Assim como outras crianças, o Gregório é um exemplo de que o câncer tem cura sim e estamos no caminho certo!
Até a próxima,

Thaís

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Mais um livro!

Quem puder, leia este livro:

Tem uma leitura deliciosa, ela descreve de forma clara como é sentir o que nós que passamos por essa batalha sentimos, como ela mesma disse:

"Queridos amigos, não tenham pena de mim e não digam que sabem como me sinto. (Vocês não sabem e não espero que saibam!)"

Tem muitos relatos que parecem ter sido tirados de minha história, estou adorando o livro!

Livro: CÂNCER e AGORA
Autora: Kris Carr
Editora Globo



sábado, 22 de novembro de 2008

Exames

Olá!
Ontem fiz meus ultrassons de mama, útero e afins e exames de sangue e confesso que morri de medo.
Creio que pior que descobrir a doença é repetir todos exames para ver se ela não voltou, foi muita tensão, fiquei tentando decifrar cada expressão da face da médica.
Nunca fiz ultrassons tão demorados, creio que sempre será assim, afinal, tive câncer e qualquer alteração em meu organismo deve ser pesquisada.
Agora é outra fase tensa, a espera de todos resultados... aff! Parece aquelas provas em que você precisa de nota e não sabe se foi muito bem, mas fazer o quê, o jeito é esperar e ver se passo de ano tranquila!
Beijos e até,

Thaís

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Procedimento ilustrado


Como funciona o expansor:


O expansor de tecido é colocado no lugar do seio.

Isso foi feito na cirurgia há 5 meses, e inflado com 400 ml já na cirurgia.

O domo da injeção é localizado.

A expansão começa com a injeção de solução salina através do domo.

Isso foi o que fiz ontem, injetaram mais 100 ml, ou seja tenho 500 ml de seio!

O expansor de tecido é então removido.

Isso será feito provavelmente um ano após a cirurgia, ou seja daqui 7 meses.





Segunda cirurgia (ano que vem)!

O implante de silicone é colocado no espaço já expandido.

Procedimento concluído!

E eu feliz da vida com seio novo!

Expansor

Como já comentei essa semana é de revisão, e aproveitando as idas e vindas ao hospital, passei pelo cirurgião plástico, pois eu já estava enrolando para começar a encher meu expansor.
Lá fui eu, e como sempre, a minha companhia sou eu mesma. Voltei à sala de curativos, a qual ia dia sim dia não por dois meses, reencontrei as enfermeiras que tanto gosto, meu mastologista e finalmente o plástico.
Reclamei a ele que estava sentindo um osso saltando entre meus seios. Ele disse: _ Sério! Me mostra onde...
Mostrei, e ele feliz da vida disse:
_ É a válvula! A válvula que iremos usar para encher o expansor.
Foi um alívio.
Ele pediu que eu me deitasse na maca, a enfermeira preparou uma seringa de 20 ml grossa com uma mangueirinha e uma borboleta com agulha igual àquelas de soro. Ele apertou entre meus seios para sentir a válvula, pediu para que eu fechasse os olhos e colocou a agula na válvula. Para falar a verdade parece mais dolorido do que é, mas assusta muito. Na hora doía muito porque ele apertava para sentir a válvula e é uma região com pouca "carne". Ele encheu a seringa com soro e colocou no meu seio, uma, duas, três, quatro, cinco vezes, ou seja 100 ml de soro. Quando levantei a maca estava toda molhada, lógico que suei horrores de medo, de dor, sei lá.
Quando sentei e olhei meu seio levei um susto e morri de rir ao mesmo tempo. Ele ficou enorme! Duro, afinal o expansor é para expandir a pele, quando a pele cede daqui uns 2 meses mais ou menos o expansor desce um pouco e o seio volta ao "normal" fica mais molinho.
Logo depois da cirurgia quando a pele cedeu e não estava tão dura mais eu cheguei a achar que o expansor tinha estourado, rsrs, são medos, dúvidas que rondam a cabeça de qualquer um que tenha dentro de si um corpo estranho, acho que é normal.
Acabada a sessão UP de seio, passei mal. Rsrsrsr, sério isso sempre acontece comigo, aguento tudo, firme e forte, depois que passa... quase sempre desmaio! Meu estômago embrulha, vem uma tontura, mal estar...
Me abanei, bebi água, perguntei se podia dirigir normalmente, afinal estava sozinha, levantei e vim embora. A sensação que tive e ainda tenho é a mesma de quando operei, o seio estufado, duro que nem pedra, mas hoje já sei que ele vai cedendo a volta ao seu estado "normal".
Ainda tenho que ir lá mais uns dias, e quando der escrevo mais.


Beijos,

Thaís

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Curtindo a vida!

Olá pessoal!
Quanto tempo...
Não foi fase deprê dessa vez não, foi pura falta de tempo, estou curtindo a vida!
Ontem voltei ao hospital para começar a repetir os exames de controle. Confesso que essa coisa de repetir todos exames dá um certo receio, mas estou tão bem, tão feliz que estou indo numa boa, mas tenho certeza que na hora de entrar naquela sala, ENTREGA DE EXAMES, minhas pernas vão balançar, mas isso deixa para o dia em que eu tiver de encará-la.
Dois grandes amigos se casaram sábado, e no casamento reencontrei todos meus amigos da adolescência, todos... foi divertidíssimo, me senti renovada, parecia alí que eu tinha 15 anos. Me diverti muito.
Depois da festa, de ter bebido algumas taças de vinho, me lembrei do Lance Armstrong, quando ele fala que quando somos acometidos prometemos ficar o resto de nossas vidas sem fazer isso ou aquilo (ele no caso havia prometido não beber mais cerveja). Mas que com o tempo vamos voltando à "normalidade", voltamos a ser pessoas "normais" (se é que isso existe!). E aí essas coisas que antes havíamos prometido não fazer, ou comer...aos poucos voltam a cena de nossas vidas.
Não que eu tenha prometido algo, mas eu bebi vinho, coisa que há séculos não fazia.
Quem me viu beber deve ter pensado... essa mulher é louca!
Confesso que tenho certa afeição pela loucura! Uma loucura saudável, necessária a todo ser humano para que tenha uma vida feliz!
Um grande abraço a tod@s!

Ah! Explicando... quando utilizo o @ na palavra é para denominar tanto a vogal "A" como a "O", como há tempos muitas pessoas vêem utilizando.

Beijo,

Thaís

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Desodorante e depilação das axilas

Bom, não sei se já contei que quem faz esse tipo de cirurgia com esvaziamento axilar, não pode mais depilar a axila.
E se pensarmos bem, nunca deveríamos ter depilado.
Depilar que eu digo é com cera quente ou fria, como fiz a vida toda. Ao depilarmos abrimos portas à diversas bactérias, as quais podem adentrar ao nosso organismo e sabe-se lá fazer o que.
A depilação com gilete também deve ser evitada, pois há risco de cortes ainda que minúsculos, e como não há mais linfonodos nessa axila, melhor não fazer.
Hoje, corto os pêlos da axila com uma maquininha a pilha, como se fosse uma daquelas de cortar cabelo.
Outra coisa: DESODORANTE
Fiquem longe dos que contém: álcool, parabeno e alumínio e, de preferência, que não seja antitranspirante.
Vou contar uma coisa, isso foi extremamente difícil de achar, um desodorante que não tivesse nenhum desses componentes. Achei na semana passada. Até então não usava nada. Tomava mais banhos no dia, é claro!
Encontrei um da L´occitane, masculino e que custa R$ 59,00 com apenas 75 gramas. Caro, com certeza, porém atende aos requesitos.
O engraçado é que o desodorante feminino da mesma marca contém parabeno e álcool, vai entender... aí perguntei para a vendedora, o porque disso e ela disse que toda a linha está em fase de mudança, em outros países essas substâncias (cientificamente comprovadas e proibidas devido aos males que causam ao ser humano) foram banidas e como ainda há estoque... elas tem que vender. Duvido que na França (onde é fabricado), ou em outro país eles estejam esperando acabar com o estoque, duvido... mas isso é outra história.
Fica aqui a dica e o alerta, leiam os rótulos de seus desodorantes!

O primeiro banho a gente nunca esquece...


Dia desses, me perguntaram qual a fase mais difícil que passei desde que a batalha começou, após refletir um pouco (na verdade, acho que nosso cérebro deleta algumas coisas ruins como defesa mesmo), respondi que foi a fase onde eu não podia tomar banho.

Gente, ficar sem tomar banho para mim é uma coisa... insuportável!

E fiquei mais de um mês sem tomar banhos, claro que havia o banho "tcheco", da cintura para baixo, e na parte de cima, lenços e panos umedecidos, ainda bem que era inverno rsrs.

Depois de um mês e pouco pude tomar banho mas aí tinha que proteger o seio esquerdo com aquele plástico que usamos para alimentos e fita adesiva, nossa... era duro viu. Sem contar que o braço ainda não funcionava 100%.

Ainda bem que a gente não lembra disso sempre.

Depois de dois meses e pouco, quando contei que fui liberada dos curativos no hospital, pude tomar banho. E esse banho foi cheio de medo, alegrias, e muita satisfação! Tive medo, pois o corte ainda estava aberto e conforme a água caía no "buraco" eu sentia tudo.
Aquela sensação da água batendo no seu rosto à vontade, sentir a água batendo na sua cabeça... que maravilha! Até hoje quando tomo banho agradeço por poder fazê-lo.

Lembro que a enfermeira que me ensinou o que fazer em casa disse:

_ Olha, se você não tiver coragem de fazer o curativo, coloca a pomada direto na gaze e coloca no seio, não precisa por a mão!

Na hora pensei, tá louca ela, claro que eu ponho a mão. O corte é meu, sou capaz disso.

Depois do primeiro banho livre de todos curativos, olhei no espelho o corte, e entendi a preocupação dela. Respirei fundo e fiz o curativo, passei a pomada com a minha mão, afinal eu tinha que contar comigo mesmo. E sempre tive essa postura, seja o que for, vamos encarar de frente!

Os dias se passavam e cada dia eu ficava olhando para ele, o buraco, que ora parecia se fechar, ora parecia se abrir. Observava, cada nova membrana amarelada que se formava, o que era um bom sinal. E assim, passados alguns dias ele foi se fechando, fechando, hoje posso dizer que se fechou, ainda que tenha uma leve "valetinha" a se fechar.

E o engraçado é que se eu tivesse contado isso a alguém na época, com tantos detalhes, iam dizer:

_ Nossa, você tem que ser mais positiva, mais otimista!

Na verdade as pessoas querem ouvir o que elas querem.

A realidade era dura, não era nada fácil o momento que eu passava, mas quando me perguntavam... estava sempre tudo bem!

Eu até brincava, bem, bem "fudida"!

Embora eu tenha passado por tudo isso, eu relamente me sentia bem, a cabeça estava e está bem (bem 100% nunca foi né, quem me conhece sabe, rsrs).

Queria muito postar aqui as fotos da época, mas não sei se devo. Queria postá-las com o intuito informativo e não especulativo e isso é muito difícil de se controlar.

Ainda bem que tudo isso é passado!

Vamos viver o presente!

Abraços,


Thaís

terça-feira, 21 de outubro de 2008

UM CONTO DE CARINHOS

Conheci este conto quando fiz um curso sobre o método Montessoriano de ensino, um curso que além de lições para a sala de aula me deu lições para a vida!


UM CONTO DE CARINHOS
Claude Steiner




Era uma vez, há muito tempo, um casal feliz, Antonio e Maria, com dois filhos chamados João e Lúcia. Para entender a felicidade deles, é preciso retroceder àquele tempo.
Cada pessoa, quando nascia, ganhava um saquinho de carinhos. Sempre que uma pessoa punha a mão no saquinho podia tirar um Carinho Quente. Os Carinhos Quentes faziam as pessoas sentirem-se quentes e aconchegantes, cheias de carinho. As pessoas que não recebiam Carinhos Quentes expunham-se ao perigo de pegar uma doença nas costas que as fazia murchar e morrer.
Era fácil receber Carinhos Quentes. Sempre que alguém os queria, bastava pedi-los. Colocando-se a mão na sacolinha surgia um Carinho do tamanho da mão de uma criança. Ao vir à luz o Carinho se expandia e se transformava num grande Carinho Quente que podia ser colocado no ombro, na cabeça, no colo da pessoa. Então, misturava-se com a pele e a pessoa se sentia toda bem.
As pessoas viviam pedindo Carinhos Quentes umas às outras e nunca havia problemas para consegui-los, pois eram dados de graça. Por isso todos eram felizes e cheios de carinhos, na maior parte do tempo.
Um dia uma bruxa má ficou brava porque as pessoas, sendo felizes, não compravam as poções e ungüentos que ela vendia. Por ser muito esperta, a bruxa inventou um plano muito malvado. Certa manhã chegou perto de Antonio enquanto Maria brincava com a filha e cochichou em seu ouvido: "Olha, Antonio, veja os carinhos que Maria está dando à Lúcia. Se ela continuar assim vai consumir todos os carinhos e não sobrará nenhum para você".
Antonio ficou admirado e perguntou: "Quer dizer então que não é sempre que existe um Carinho Quente na sacola?"
E a bruxa respondeu: "Eles podem se acabar e você não os ganhará mais". Dizendo isso a bruxa foi embora, montada na vassoura, gargalhando muito.
Antonio ficou preocupado e começou a reparar cada vez que Maria dava um Carinho Quente para outra pessoa, pois temia perdê-los. Então começou a se queixar a Maria, de quem gostava muito, e Antonio também parou de dar carinhos aos outros, reservando-os somente para ela.
As crianças perceberam e passaram também a economizar carinhos, pois entenderam que era errado dá-los. Todos foram ficando cada vez mais mesquinhos.
As pessoas do lugar começaram a sentir-se menos quentes e acarinhadas e algumas chegaram a morrer por falta de Carinhos Quentes. Cada vez mais gente ia à bruxa para adquirir ungüentos e poções.
Mas a bruxa não queria realmente que as pessoas morressem porque se isso ocorresse, deixariam de comprar poções e ungüentos: inventou um novo plano. Todos ganhavam um saquinho que era muito parecido com o Saquinho de Carinhos, porém era frio e continha Espinhos Frios. Os Espinhos Frios faziam as pessoas sentirem-se frias e espetadas, mas evitava que murchassem.
Daí para frente, sempre que alguém dizia "Eu quero um Carinho Quente", aqueles que tinham medo de perder um suprimento respondiam: "Não posso lhe dar um Carinho Quente, mas, se você quiser, posso dar-lhe um Espinho Frio".
A situação ficou muito complicada porque desde a vinda da bruxa havia cada vez menos Carinhos Quentes para se achar e estes se tornaram valiosíssimos. Isto fez com que as pessoas tentassem de tudo para consegui-los.
Antes da bruxa chegar as pessoas costumavam se reunir em grupos de três, quatro, cinco, sem se preocuparem com quem estava dando carinho para quem. Depois que a bruxa apareceu, as pessoas começaram a se juntar aos pares, e a reservar todos os seus Carinhos Quentes exclusivamente para o parceiro. Quando se esqueciam e davam um Carinho Quente para outra pessoa, logo se sentiam culpadas. As pessoas que não conseguiam encontrar parceiros generosos precisavam trabalhar muito para obter dinheiro para comprá-los.
Outra pessoas se tornavam simpáticas e recebiam muitos Carinhos Quentes sem ter de retribuí-los. Então, passavam a vendê-los aos que precisavam deles para sobreviver. Outras pessoas, ainda, pegavam os Espinhos Frios, que eram ilimitados e de graça, cobriam-nos com cobertura branquinha e estufada, fazendo-os passar por Carinhos Quentes. Eram na verdade Carinhos falsos, de plástico, que causavam novas dificuldades. Por exemplo, duas pessoas se juntavam e trocavam entre si, livremente, os seus Carinhos de Plástico. Sentiam-se bem em alguns momentos mas, logo depois, sentiam-se mal. Como pensavam que estavam trocando Carinhos Quentes, ficavam confusas.
A situação, portanto, ficou muito grave.
Não faz muito tempo uma mulher muito especial chegou ao lugar. Ela nunca tinha ouvido falar na bruxa e não se preocupava que os Carinhos Quentes acabassem. Ela os dava de graça, mesmo quando não eram pedidos. As pessoas do lugar desaprovavam sua atitude porque a mulher dava às crianças a idéia de que não deviam se preocupar com que os Carinhos Quentes terminassem, e a chamavam de Pessoa Especial.
As crianças gostavam muito da Pessoa Especial porque se sentiam bem em sua presença e passaram a dar Carinhos Quentes, sempre que tinham vontade.
Os adultos ficaram muito preocupados e decidiram impor uma lei para proteger as crianças do desperdício de seus Carinhos Quentes. A lei dizia que era crime distribuir Carinhos Quentes sem uma licença. Muitas crianças porém, apesar da lei, continuavam a trocar Carinhos Quentes sempre que tinham vontade ou que alguém os pedia. Como existiam muitas crianças parecia que elas prosseguiam seu caminho.
Ainda não sabemos dizer o que acontecerá. As forças da lei e da ordem dos adultos forçarão as crianças a parar com sua imprudência? Os adultos se juntarão à Pessoa Especial e às crianças e entenderão que sempre haverá Carinhos Quentes, tantos quantos forem necessários? Lembrar-se-ão dos dias em que os Carinhos Quentes eram inesgotáveis porque eram distribuídos livremente?

Mudando velhos hábitos...


A alimentação é grande responsável pelo bom funcionamento de nosso organismo, e como toda grande batalha é cheia de desafios, estou encarando mais esse, a mudança na minha alimentação. Já mudei muita coisa desde o início da batalha, mas agora cada vez mais busco qualidade nos alimentos, confesso que nem tudo é mil maravilhas, mas só de pensar que aquilo está me fazendo bem, se torna uma delícia!

Segue abaixo um site que contém a lista dos vegetais e frutas mais contaminados por pesticidas e agrotóxicos.

Na dúvida a melhor opção é descascar todas as frutas, pois nela ficam concentradas essas substâncias, para se ter uma idéia nesse teste as frutas são descascadas e ainda assim apresentam tais substâncias.

Ou ainda comam as frutas orgânicas, livre de agrotóxicos.


segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Perguntas, curiosidades, etc...

Boa tarde a tod@s!
Sei que muitas pessoas entram no meu blog, lêem tudo e ficam com muitas curiosidades, então pessoal, vamos perguntar, vamos trocar idéias, vamos usar este espaço a favor de nossa saúde!
Abraço,

Thaís

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Personalidade propícia ao câncer.... será?


"Como eu, trata-se frequente de pessoas que, sem ou com razão, não se sentiram plenamente acolhidas na infância. Seus pais podem ter sido violentos ou irascíveis, ou então simplesmente frios, distantes e exigentes. Frequentemente essas crianças receberam pouco encorajamento e desenvolveram um sentimento de vulnerabilidade ou de fraqueza. Mais tarde, para se sentirem amadas, decidiram se conformar ao máximo com o que se esperava delas em vez de seguir suas próprias inclinações. Raramente enfurecidas (por vezes jamais!), tornam-se adultos "extremamente amáveis", "sempre prontos a ajudar os outros", "um anjo, uma santa!". Evitam os conflitos e colocam suas necessidades e aspirações mais profundas em segundo plano, por vezes pelo resto de seus dias. A fim de garantir a segurança emocional que lhes é tão importante, podem superinvestir em um único aspecto de suas vidas: a profissão, o casamento, ou os filhos."

Trecho da página 168/169 do livro Anticâncer e David Servan-Schreiber

Quando li este livro no auge do meu desespero, dias após a cirurgia, sem saber ao certo se estava curada, se estava preparada para todo o tratamento, quando me deparei com este texto chorei muito, muito mesmo, afinal, me identifiquei demais com ele. Não que meus pais tenham sido violentos ou irascíveis, mas lembro que desde pequena eu fazia de tudo para agradar, cada um sabe bem onde seu calo lhe aperta...
Não posso dizer que este trecho seja uma verdade incontestável, pois há tantas pessoas que são tão maltratadas na infância e tudo o mais e não desenvolvem um câncer, ainda que desenvolvam outros problemas, mas cabe aqui uma identificação pessoal minha.
Os mais céticos acreditam que o "câncer é um conjunto de mais de tantas doenças...." aquele conceito científico que todos conhecem, porém quem passa por uma batalha dessas inevitavelmente se questiona sobre muitas coisas, principalmente sobre a influência de nosso equilíbrio mental.
Hoje fico por aqui, abraços,

Thaís

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Trocando informações...

Hoje conversei com uma amiga que teve linfoma, e ela me indicou o blog de uma outra moça que teve câncer e também lutou como eu, como ela e como tantos outros nessa grande batalha e venceu.
Vale a pena conferir seu blog:

http://contemporarycinderella.blogspot.com/

Confesso que ainda não li o blog todo, mas estou empolgada em lê-lo, afinal é super interessante.
Ah! Coincidentemente, ela indica o documentário Com Câncer Mas Sexy que está sendo exibido este mês no Discovery Home & Helth, o qual assiti neste domingo e confesso, ri, chorei, adorei! Muito bom para quem passa ou passou por uma batalha como a nossa.
Beijos,

Thaís

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

"Batalhão" é uma batalha grande!


Quero dizer tantas coisas e ao mesmo tempo me calar.
Há tanto a fazer, tanto a sonhar...
A saúde é nosso maior bem,
E só nos damos conta disso quando ela já não está tão bem,
Cada ida àquela sala é um tormento
Aquela sala com a placa na parede onde se lê: Entrega de Exames é uma tortura só
São minutos a pensar, a balançar as pernas pra lá e pra cá
O tempo parece vadiar,
Às vezes ninguém quer conversar
Ouço meu nome, recebo o envelope
Abrir ou não? Ai que dúvida
Abro, leio, nada de grave (penso eu)!
Ufa que alívio!
O médico olha os exames, olha de novo, faz cara de interrogação.
Eu não agüento e digo:
_ Vou morrer disso doutor?
Ele diz que não.
Eu concordo e digo:
_ Posso até morrer com isso, mas disso não vou morrer não!
Mas que o caso merece atenção
E me manda passar pelo cirurgião
Eu que dei esse nome ao blog
Jamais imaginei que seria um “batalhão”!

quarta-feira, 8 de outubro de 2008


“O destino lhe atira uma faca. Cabe a você decidir se pegará pelo cabo e usará a seu favor ou a pegará pela lâmina e se cortará."

(provérbio chinês)




quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Um ano e tanto!

Esse ano foi muito especial para mim!
Agradeço pela nova oportunidade de viver todos os dias e agradeço por ter sido escolhida, pois a vida pós câncer parece ser uma vida nova, ou uma nova vida, como queiram. Pode parecer loucura dizer isso, mas somente quem passa por uma experiência como essa consegue ver a vida de outra forma!
E acreditem ou não, uma forma que me faz sentir muito mais completa!
Ontem fiz aniversário, 30 anos, e também 4 meses da descoberta da doença! Como foi rápido! Tudo foi tão rápido que às vezes nem acredito que passei por tudo que passei, às vezes parece que me contaram um "causo" sabe, daqueles que conheceram alguém, etc...
Mudando de assunto...
Falei com uma guerreira da batalha ontem, a Elaine, uma pessoa especial, divertida, que está na segunda fase da quimioterapia e me contou que perdeu seus cabelos, nem por isso deixou de ser maravilhosa como sempre foi, mas confesso que fiquei sentida por ela, afinal os elos que se criam entre pacientes é muito grande, como se nos conhecessemos há anos!
Já estou liberada do Hospital o que é maravilhoso, só preciso retornar a cada 4 meses. Sinto saudades das atendentes, das enfermeiras, das secretárias, dos médicos, do meu Santo Dr. Juan, de todos.
Na última consulta passei pelo cirurgião plástico que se impressionou com a minha cicatrização, excelente! Ele disse ainda que achava que aquele buraco (lembram que eu disse que a pele do seio esquerdo não tinha aguentado e o corte estava aberto), não fecharia. Disse que tenho muita sorte. Volto com ele em novembro para começar a encher o expansor...
Só tenho a agradecer.
Quando tiver mais novidades as publicarei.
Um beijo grande para todos...

Thaís

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Corrida contra o Câncer de Mama

Agradeço, pela ordem, a minhas tias Mema e Maga, Júlio, e minhas primas Vânia e Raquel pela corrida.
Ano que vem corro com vocês!
Obrigada! Obrigada mesmo!
Amei a surpresa!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Reflexões

Há muitas lições que se pode tirar de uma "surpresa" como o câncer. A primeira delas é aprender a encarar a doença de frente, sem fantasias, entendendo os limites que a ciência expõe e os limites do nosso prórpio organismo.
A outra, dentres tantas demais, é a de compartilhas histórias, vidas, com os demais pacientes, alguns que já passaram por mais cirurgias que a quantidade de dias num mês. E olha que são tantas histórias...
Há alguns que evitam contar o final, pois evitam falar na morte, afinal lá é um campo de batalha pela vida!
Eu como sou uma pessoa que quase não falo, imaginem... quantas pessoas não conheci, todo dia que vou lá no hospital reencontro alguém com quem já conversei ou na sala de exames, ou na espera da consulta, ou no corredor, na lanchonete, seja onde for o que fiz muito nesse período todo foi conhecer pessoas.
E isso faz um bem danado!
Claro que sempre tem algumas desanimadas, que só se queixam, mas aí tentava mostrar sempre o lado bom da história, e quando não dava, mudava de assunto... ou de cadeira!
Há histórias de mães que abrem mão de tudo pelos filhos, histórias que emocionam, são mulheres guerreiras, medalhas de ouro, cujas histórias jamais foram publicadas, mas que mereciam.
Aprendi também que muita gente oferece ajuda, mas que na hora que você precisa, essa ajuda não era de verdade, era só por educação, sabe aquela coisa que as pessoas falam sem saber exatamente se é aquilo mesmo que querem, pois é acontece. Então você passa a ter a certeza de que tudo depende de você, única e exclusivamente de você.
Passei pela fase de muito choro, como cheguei a comentar aqui, mas agora, vou falar a verdade é difícil me fazer chorar, creio que estou mais dura, não pela doença em si, mas sim por todas dificuldades pelas quais passei e ainda passo em minha vida, coisas do tipo ficar sem empregada e não ter com quem deixar seu filho e assim deixar de ir ao hospital, de ver seu braço inchado e não ter o que fazer pois eu filho depende de você e mesmo não podendo, ter de pegá-lo no colo.
Isso tudo nos dá a certeza de que se vc não se mantiver firme e forte, tudo isso, todas essas situações coadjuvantes à doença te derrubam.
Ontem fui ao hospital e tive de levar meu filho menor de 1 anos e 4 meses junto, o mais velho ficou na escola apesar de sua aula ter terminado, por aí vocês imaginam quantas coisas não passamos para poder vencer essa batalha.
E assim vamos seguindo...
E como eu disse, o lado bom disso tudo é que estou aprendendo, aprendendo muito!

domingo, 10 de agosto de 2008

Desejo à você - Carlos Drummond


Desejo a você...

Fruto do mato

Cheiro de jardim

Namoro no portão

Domingo sem chuva

Segunda sem mau humor

Sábado com seu amor

Filme do Carlitos

Chope com amigos

Crônica de Rubem Braga

Viver sem inimigos

Filme antigo na TV

Ter uma pessoa especial

E que ela goste de você

Música de Tom com letra de Chico

Frango caipira em pensão do interior

Ouvir uma palavra amável

Ter uma surpresa agradável

Ver a Banda passar

Noite de lua cheia

Rever uma velha amizade

Ter fé em Deus

Não ter que ouvir a palavra não

Nem nunca, nem jamais e adeus.

Rir como criança

Ouvir canto de passarinho.

Sarar de resfriado

Escrever um poema de Amor

Que nunca será rasgado

Formar um par ideal

Tomar banho de cachoeira

Pegar um bronzeado legal

Aprender um nova canção

Esperar alguém na estação

Queijo com goiabada

Pôr-do-Sol na roça

Uma festa

Um violão

Uma seresta

Recordar um amor antigo

Ter um ombro sempre amigo

Bater palmas de alegria

Uma tarde amena

Calçar um velho chinelo

Sentar numa velha poltrona

Tocar violão para alguém

Ouvir a chuva no telhado

Vinho branco

Bolero de Ravel

E muito carinho meu.


Recebi esse poema da Catarina,
uma grande amiga!
A foto acima é a capa do cartão que ela fez, lindo!

A nova Thaís se aproxima...


Neste ano completo 30 anos, e me lembrei de uma música do nosso querido Renato Russo que vem a calhar com a minha transição da velha Thaís para a nova:


"E aos vinte e nove com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver...
E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez."

Vinte e nove
Legião Urbana


Sei que tenho mais que vinte e nove amigos e que muito mais de vinte e nove anjos me saudaram, mas que aos vinte e nove eu decidi começar a viver é a mais pura verdade!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Quanto tempo!!!


Olá meus amigos!
Quanto tempo...
Como já disse, são fases de silêncio que se fazem necessárias.
Bom continuo o tratamento, a fisioterapia, exames de sangue, ressonância, retossigmoidoscopia (é isso mesmo daquele lugar) e voltei a ir dia sim dia não ao hospital, pois não lembro se contei isso, acho que não, meu expansor estava correndo (e ainda corre) o risco de se expor e eu ter que enfrentar uma nova cirurgia.
Mas é aquilo:

"Mas é preciso ter força, é preciso ter raça
É preciso ter força
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca Maria, Maria, mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania de ter fé na vida"

e continuo, rindo quando todos acham que eu devia chorar...
Bom mudando de assunto, apesar da maioria dos assuntos aqui abordados serem a minha cirurgia, o Câncer de Mama, etc.
Quero focar esta mensagem entre outras coisas, no carinho que tenho pelas enfermeiras que cuidam dos meus seios e de mim há quase dois meses. Todas são demais, mas a Celina e a Gisele merecem um carinho mais que especial, cuidam de mim como se fosse uma obra de arte delas, e não deixo de ser, e comemoram a cada ponto retirado, a cada pele que se renova, nossa...elas são demais. Damos muitas risadas juntas, afinal eu não perco a mania de falar besteira!
Um grande abraço a todos que estão torcendo por mim!

Thaís

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Sorrir, o melhor remédio!


Hoje tive uma overdose de risos!
Obrigada!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Juanes


Para quem não conhece, vale a indicação, Juanes é um "cantante" colombiano muito famsoso em toda a América Central, que aprendi a apreciar nos meus tempos de Panamá.
Essa é uma de suas canções, do álbum "LA VIDA... ÉS UN RATICO":

NO CREO EN EL JAMÁS

"Cuando la vida me da golpes
Y me manda para el suelo
Es cuando yo mas siento
Que tengo que levantarme
Que dar la cara al miedo
Es una forma de vencerlo

No voy a darme por vencido
No voy a darle mi vida al miedo
El miedo un asesino
Que mata los sentimientos
Y se que no estoy solo
Yo se que Dios está aqui adentro

Y necessito silencio
Para poder encontrar
Mi propria voz y mi verdad
Y al final da oscuridad
No me siento solo
Se que estás conmigo

Hoy voy a levantarme
Y no voy a resignar
Mi corazón
A ser lo que quise y no pude
No lo voy aceptar
Hoy voy a buscar estar mejor
La vida tiene solución
Aqui no hay nada imposible

Si darse por vencido
És una forma de morir
Entoces yo jamás
Le quiero dar gusto a la muerte
Pienso en mi familia
Y el corazón late mas fuerte

Que no se puede vivir
Pensando en cuando se va a morir
Vivir sin soñar es tanto
Como morir estando vivo
Yo creo en el presente
Y eso me aleja de la muerte
"

Novidades!!!

Há tempos não escrevia aqui, pois como já disse há fases e fases, de reflexão, de introspecção e de falta de tempo mesmo, como acontece na maioria das vezes.
A partir dessa semana só preciso ir duas vezes por semana no hospital, para fisioterapia e curativo, isso para quem ia dia sim dia não já é uma vitória e tanto!
Tenho vários exames a fazer, já que de agora em diante serei examinada periodicamente e em várias partes do corpo.
É engraçado que todo mundo me pergunta, e aí quando você começa a quimioterapia, a radioterapia, quando você vai ficar careca?
Para dizer a verdade são perguntas terríveis, que ninguém quer escutar e eu tento fingir que não escuto, cara isso dói, poxa (esse poxa era para ser outra coisa) parece que querem te ver mal.
Olham para mim e dizem:
_ Nossa você estão tão bem para quem teve câncer!
Por que? Não deveria estar?
As pessoas ainda têm uma visão arcaica da doença, das mil e uma formas de tratamento, e jamais saberão o que passa pela cabeça de alguém que foi tão cruelmente amedrontada com as incertezas que um câncer traz consigo.
Quando forem perguntar, perguntem : Como vai o tratamento? E isso já basta, se a pessoa quiser entrar em detlhes ela entrará, isso evitará machucar a pessoa sem necessidade, só por curiosidade.
Outra coisa, nem toda quimioterapia deixa a pessoa careca!
Nem todo câncer é tratado com quimioterapia ou radioterapia, no caso do câncer de mama, há a vacina Herceptin e o comprimido Tamoxifeno.
No meu caso para espanto dos médicos, dos patologistas, e de todos, eu não preciso de nenhuma terapia pós cirurgica.
É um verdadeiro MILAGRE!
Ainda estou sendo pesquisada para ter a certeza plena disso, pois os médicos dizem ser raríssimo um tipo como o meu, que é mais fácil acertar a mega sena que acontecer o que aconteceu comigo, afinal era um tumor grande para uma mama e a quimioterapia era quase que certeira.
É uma excelente notícia, mas ainda faltam inúmeros exames complementares.
Por enquanto sigo com meus tratamentos alternativos e agradeço a todos eles, a radiestesia, ao grupo da Neide, ao Meia Noite e à todos os que oraram e torceram por mim.
Para dizer a verdade nunca me senti doente, onde chego para me tratar, seja no hospital ou onde for, me perguntam quem eu estou acompanhando, e digo: _Estou acompanhando a mim mesma!
Não tenho cara de doente e isso causa incômodo nas pessoas. Como? Ela teve câncer e está tão bem!
Estou mesmo, muito bem, creio que a cabeça da gente também faz milagres e encarar de frente a doença sem dar outros nomes à ela ou se negar a falar sobre o assunto, aceitando e lutando contra ela é muito importante. Esse é um dos motivos pelos quais decidi fazer o blog.
Bom pessoal, por hoje chega.
Sexta feira mais exames ficarão prontos e aí escrevo novamente.
Um abraço,

Thaís

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Linda mensagem!

"...Vivemos um tenso momento em que o sorriso tem que valer mais do que a fúria, pois o coração a quem tudo segura muitas vezes se desfaz em dor. Ele nasceu para o amor..."

Autoria desconhecida


Mais um livro para nos ajudar!

Este é o livro que estou lendo, conta a história de um psiquiatra que mudou seu estilo de vida pra sobreviver ao câncer.
Tem dicas de alimentação, comportamento, várias explicações médicas.
Enfim, um livro muito interessante, vale a pena lê-lo!


segunda-feira, 7 de julho de 2008

COMO EVITAR A FORMAÇÃO DE CÉLULAS CANCEROSAS

Este é um artigo muito sério e contém as pesquisas mais recentes do Hospital John Hopkins de Nova York, o centro mais avançado de pesquisa sobre câncer.
Por favor compartilhem com todos os seus amigos e parentes porque em se tratando de câncer, a prevenção é o melhor remédio e como poderão constatar, as recomendações são muito simples e fáceis de seguir.
Como permanecer saudável.

Recentes informações do Hospital John Hopkins sobre o câncer.

1.Toda pessoa tem células de câncer no corpo. Estas células cancerosas não aparecem nos testes padrões, até que elas se multipliquem em alguns bilhões. Quando os médicos dizem aos pacientes de câncer que não há mais nenhuma célula de câncer nos seus corpos, após o tratamento, isto quer dizer que os testes não podem mais identificar as células cancerosas, porque elas não atingiram o tamanho detectável .

2. Células cancerosas podem ocorrer de 6 a mais de 10 vezes na vida de uma pessoa.

3. Quando o sistema imunológico da pessoa é vigoroso, as células cancerosas serão destruídas e impedidas de multiplicar e formar tumores.

4. Quando uma pessoa tem câncer, isto significa que ela tem múltiplas deficiências nutricionais. Estas deficiências são devidas ao fator genético, ambiental, da alimentação e do estilo de vida.

5. Superar as deficiências nutricionais múltiplas significa mudança de dieta e a inclusão de suplementos, que irá fortalecer o sistema imunológico.

6. Quimioterapia impede o crescimento acelerado das células de câncer e também destrói as células saudáveis na medula óssea, na área gastro-intestinal etc, e pode causar dano aos órgãos, como fígado, rins, coração, pulmões etc.

7. A radiação, enquanto vai destruindo as células de câncer, também produz queimaduras, cicatrizes e danificam as células saudáveis, tecidos e órgãos.

8. O tratamento inicial com quimioterapia e radiação muitas das vezes poderá reduzir o tamanho do tumor. Entretanto, o uso prolongado da quimioterapia e da radiação não resulta em mais destruição do tumor.

9. Quando o corpo está muito sobrecarregado com o efeito da quimioterapia e da radiação, o sistema imunológico ou está comprometido ou destruído; por conseguinte a pessoa pode sucumbir a vários tipos de infecções e complicações.

10. Quimioterapia e radiação podem causar células cancerosas e mutação, se tornarem resistentes e de difícil destruição. Cirurgia também pode produzir células cancerosas e espalhar para outras áreas do corpo.

11. Um modo efetivo para combater o câncer é fazer as células cancerosas passarem fome, não as alimentando, pois elas necessitam de alimento para se multiplicarem.

ELAS SE ALIMENTAM DE:

a) O açúcar é um alimentador do câncer. Tirando o açúcar, se elimina a fonte de suprimento da sua alimentação mais importante.

b) O sal de mesa tem uma substância química para torna-lo branco. Esta substância ingerida em excesso causa graves danos ao sistema gastro-intestinal.
c) O leite faz o corpo produzir muco, especialmente na área gastro-intestinal. O câncer se alimenta do muco. Eliminando o leite e substituindo-o por leite de soja não adoçado, as células cancerosas morrem de fome.

12. Células cancerosas prosperam em um ambiente ácido. Uma dieta com base na carne é ácida; assim é melhor comer peixe e uma pequena quantidade de frango, do que ingerir carne de boi ou de porco. Carne de gado (criado em fazendas) contém antibióticos, hormônios de crescimento e parasitas, que são prejudiciais, principalmente às pessoas com câncer.

13. Uma dieta feita com 80% de legumes frescos, sucos, grãos inteiros, sementes, nozes e um pouco de frutas ajudam pôr o corpo em um ambiente alcalino. Aproximadamente, 20% delas podem ser ingeridas cozidas, incluindo os feijões. a) Sucos de vegetais frescos provêem enzimas que são facilmente absorvidas e alcançam até níveis celulares dentro de 15 minutos, para nutrir e aumentar o crescimento das células saudáveis. Para obter enzimas vivas, para formar células saudáveis, tente ingerir sucos de vegetal frescos (a maioria dos legumes, inclusive brotos de feijão) e comer alguns legumes crus, duas ou três vezes por dia. As enzimas são destruídas a temperaturas de 104 graus Fahrenheit = (40 graus centígrados). b) Evite café, chá e chocolate, que têm alto nível de cafeína. O chá verde é a melhor alternativa. c) É melhor beber água limpa e natural, deionizada, filtrada, para evitar as toxinas conhecidas e metais pesados da água de torneira. A água destilada é ácida; evite-a.

14. Proteína de carne é difícil de digerir e requer muitas enzimas digestivas. Carne não digerida, que permanece nos intestinos, putrefa e causa a formação de mais tóxico.

15. Células cancerosas têm (suas) paredes cobertas de proteína dura. Privando-as, ou alimentando-as com pouca carne, elas se livram de mais enzimas (tóxicas) e do ataque às paredes de proteína das células cancerosas, e permite que as células protetoras do corpo destruam as células cancerosas.

16. Alguns suplementos constroem o sistema imunológico: O IP6, Flor-essence, (flor de essência - uma mistura de ervas para fazer chá, que se acredita, tem propriedades para curar o câncer) antioxidantes, vitaminas, minerais, etc., para permitir que as próprias células protetoras do corpo destruam as células cancerosas. Outros suplementos, como vitamina E, são conhecidos por causar apoptose, (autodestruição da célula; uma espécie de sistema programado para mata-las) - o método normal do corpo de se livrar das células estragadas, indesejáveis ou desnecessárias.

17. Câncer é uma doença da mente, do corpo e do espírito. Um espírito pró-ativo e positivo ajudará o guerreiro do câncer a ser um sobrevivente. Raiva, inclemência e amargura põem o corpo em estresse, num ambiente acetoso. Aprenda ter um espírito clemente e amoroso. Aprenda relaxar e desfrutar vida.

18. As células cancerosas não podem prosperar num ambiente oxigenado. Exercitando diariamente e profundamente a respiração, ajuda adquirir mais oxigênio até o nível celular. A terapia de oxigênio é outra maneira usada para destruir as células cancerosas.

RECENTES INFORMAÇÕES DO JOHN HOPKINS HOSPITAL:

1. Não coloque nenhum recipiente plástico em microondas.

2. Não coloque suas garrafas de plástico, com água, em congelador.

3. Não ponha nenhuma embalagem de plástico em microondas. Substâncias químicas de dioxina causa câncer, especialmente câncer de mama. Dioxina são altamente venenosas às células dos nossos corpo. Recentemente, o Dr. Edward Fujimoto, Gerente de Programa de Bem-estar junto ao Hospital de Castle, estava em um programa de televisão para explicar esta periculosidade. Ele falou sobre as dioxinas e de como elas são ruins para nós. Ele disse que nós não deveríamos estar aquecendo nossa comida em microonda usando recipientes de plástico. Isto se aplica especialmente para alimentos gordurosos. Disse que a combinação da gordura e alta temperatura liberam dioxinas na comida e finalmente nas células do corpo. Ao invés, ele recomenda usar vasos de vidro, como Pirex ou recipientes cerâmicos para aquecer a comida. Você obtém os mesmos resultados, só que sem a dioxina. Alimentos de TV Dinners (alimentos já prontos, congelados, sopas prontas empacotadas, etc.) deveriam ser removidos dos recipientes e aquecidos em outra coisa. O papel não se recomenda, pois você não sabe a sua composição. É mais seguro usar vidro temperado. Ele também nos lembrou que, há um tempo atrás, alguns restaurantes de fast food deixaram de usar embalagens de recipientes feitos com espumas sintéticas. Uma das razões é o problema da dioxina. Também mostrou que aquela envoltura de plástico, como o Saran, (material de plástico impermeável) é muito perigosa quando colocado por cima dos alimentos, para ser cozidos no forno de microondas. Como a comida recebe altas temperaturas, ('nuke') faz as toxinas venenosas derreterem a embalagem do plástico e gotejar para dentro da comida.Cubra o alimento com pirex ou cerâmica.

Este é um artigo que deveria ser enviado a qualquer pessoa importante na sua Vida.

FISIOTERAPIA

Hoje comecei a fazer a fisoterapia!
Ainda tenho que ir dia sim dia não ao Hospital fazer os curativos do seio esquerdo.
O direito tá liberado, inclusive dos pontos.
Tô passando uns dias na "roça", em Guararema, é que aqui onde minha mãe mora o celular funciona quando quer e internet, tenho que sair caçando...
Prometo que escreverei mais.
Até a próxima,

Thaís

sábado, 28 de junho de 2008

POEMA

http://br.youtube.com/watch?v=RZgH8sKsTqI

"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre sempre acaba"...


Resolvi dar esse título hoje, pois era a música que estava tocando.
Muita gente que lê meu Blog deve achar que tudo é fácil, que estou tirando de letra.
Me esforço muito, mas não é bem assim, tem dias que vc cai na real e a tristeza é inevitável, por isso fico um tempo sem escrever, desculpem.
O que queria era estar sempre animada, mas não dá. Tem dias que até quem não tem a doença fica meio mal, imagina quando vc passa por tudo isso.
São momentos de muita reflexão e poucas palavras, não consigo conversar muito nesses dias, porque caio no choro.

Como diz o Chico Buarque :

"Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá"

Um abraço,

Thaís

terça-feira, 24 de junho de 2008

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Tipo de Câncer

Minha recuperação está indo. Já faço mais coisas que antes e a cada dia consigo me mexer mais.
Resolvi deixar aqui um esclarecimento mais técnico da coisa, pois muitas pessoas podem estar enfrentando o mesmo problema e isso poderá ajudar.

O resultado da minha Biópsia (antes da cirurgia) foi o seguinte:

Carcinoma intraductal do tipo comedocarcinoma, grau nuclear 3.
Restante do parênquima com adenose simples e fibrose estromal.

Quando li isso fui procurar saber o que significava o tal grau nuclear 3, para meu espanto o câncer é classificado de acordo com a sua "gravidade" (de acordo com a velocidade que se prolifera) em grau nuclear de 1 a 4. Aí pensei puts, de 1 a 4, eu "tirei" 3 tô ferrada!
Não é bem assim, o grau nuclear 3 é quando o tumor afeta todo o membro e é muito grande, além de haver necrose de células. Mesmo assim eu associava como uma nota de prova escolar, ou seja para mim é como se eu tivesse acertado 75% da prova, uma nota relativamente alta!

O câncer de mama é classificado em 4 estágios:
I:Quando o tumor tem até 2 cm, sem qualquer evidência de ter se espalhado pelos gânglios linfáticos próximos.
II:Inclui tumores de até 2 cm, mas com envolvimento de gânglios linfáticos ou então, um tumor primário de até 5cm, sem mestástases.
III:Quando o tumor tem mais de 5 cm e há envolvimento dos gânglios linfáticos da axila do lado da mama afetada.
IV:Quando existem metástases distantes, como no fígado, ossos, pulmão, pele ou outras partes do corpo.

Meu tumor media 7,5 cm x 5,0 cm x 4,0 cm, ou seja a coisa era gigante!
Além é claro de ter afetado o linfonodo axilar esquerdo.
Não me perguntem como, mas nunca senti caroço nenhum no braço, mas retiraram 22 caroços dele o maior media 3 cm.
Tô quase requerendo o título de mulher melancia para mim, pois quem estava cheia de caroço era eu!
Agora estou aguardando o resultado do imunohistoquímico, um exame que vai dizer qual o melhor tratamento a seguir, se será quimioterapia, radioterapia ou hormônioterapia.
Outra coisa a esclarecer é que no primeiro ultrasson que fiz, o nódulo media 2,2 cm, quinze dias depois na primeira punção ele já media 3,5 cm, em 45 dias de 3,5 cm ele chegou às medidas supra citadas. Então minha gente, a coisa anda rápido. Entre ter o diagnóstico de carcinoma e ser operada se deram exatos 27 dias. Corri muito, ia no hospital quase que diariamente, cada dia um exame diferente, até estar pronta para a cirurgia.
Hoje vou novamente ao hospital fazer curativo.
Sexta-feira tirei os drenos, mas ainda não pude tirar o curativo, ou seja ainda estou toda enfaixada.
Me sinto bem, tenho mais dores no braço esquerdo, que esvaziaram, que nos seios.
No mais está tudo certo!
Até o resultado do próximo exame,

Thaís

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A CIRURGIA


A cirurgia foi no dia 12 de junho, hoje faz uma semana!

Fui internada pela manhã, 07:00 horas, até dar entrada, aguardar a liberação do quarto e tudo mais, era mais ou menos 08:30. Aí começam a te preparar para a cirurgia. Vem uma enfermeira, te mede, te pesa, outra vem e traz a camisola aberta, outra recolhe os exames, até que chega um comprimidinho azul que te dá um sono...

Era 09:00 mais ou menos dei entrada na sala de pré anestesia (li isso na porta), lá haviam vários médicos e enfermeiros lançando os dados de meus exames no computador e de outros pacientes também. Lá colocaram um medidor no meu dedo. Às 09:30 exatamente saí dessa sala para a sala de cirurgia, comecei a conversar com dois enfermeiros, um era estágiário da USP (li isso no crachá dele), aí chegou o Dr. Adriano e em seguida o Dr. Juan, depois disso acordei oito horas depois num corredor com minha maca sendo levada para a sala de recuperação pós cirurgia.

É a sensação mais estranha. Lembro que eu queria falar mas as palavras não saíam direito, aí consegui perguntar alguma coisa e o médico que estava comigo me disse: _ A sua cirurgia já acabou está tudo bem, agora vc ficará aqui em observação antes de ir para o quarto.

Aí eu olhava para um lado - cheio de outras camas, ou macas, sei lá, camas com rodas são o quê afinal?

Muitas pessoas de um lado e outras tantas de outro.

Aí reparei que na parede havia uma numeração, naquela sala havia espaço para 10 ou 12 pessoas que estivessem em recuperação.

A pessoa que estava do meu lado direito logo foi embora e chegou uma senhora que havia feito a reconstrução de uma mama, 11 anos após a retirada da mesma. Contei da minha, mas eu mesma ainda nem sabia nada da minha.

Do meu lado esquerdo chegou um moço, 37 anos, não sei nome nem nada, nessa hora vc tá tão grogue que parece aquelas lembranças de um porre no dia seguinte. Ele teve sua perna esquerda amputada e reclamava muito de dor, eu nem perguntei o que tinha acontecido porque ele chamou o médico dizendo que estava sentindo a perna, aí pensei nossa, eu também tô sentindo será que era para não sentir? Só então que o médico disse a ele que é normal até muito tempo depois da pessoa ter um membro amputado que ela sinta o mesmo, e finalizou dizendo: _ Você vai sentir sua perna por muito tempo ainda. Ufa! Foi um baque! Fiquei muito preocupada e toda hora perguntava se ele queria que eu chamasse o médico. Não tenho noção de quanto tempo fiquei lá, mas chamei umas 3 vezes o médico para que tirassem sua dor, algumas vezes lhe deram morfina, outras diziam que ainda não podiam dar nada porque fazia pouco tempo da outra dose.

De repente puxaram minha maca e fui sendo levada ao quarto. É aquela sensação de filme sabe, você deitada naquela cama com rodas e aquelas luzes passando sobre você.

Cheguei no quarto e lá estavam: o Alessandro, minha tia Maga e minha irmã.

Ah! Esqueci de contar. No caminho percebi que o volume de meus seios era como se eu não os tivesse. Perguntei a enfermeira: _ O que foi que houve? Não colocaram o silicone? E ela disse, aqui não para saber vou dar uma olhada no seu prontuário e depois te falo. Só que o prontuário ficava no pé da cama/maca embaixo do colchão.

Aí percebi que algo não havia saído como o planejado.

O planejado era retirar a mama esquerda afetada por um tumor do tamanho de uma bola de tênis mais ou menos, retirar os linfonodos do lado esquerdo, que eles chamam de esvaziamento axilar, e depois retirar preventivamente a mama direita e reconstruir as duas mamas imediatamente com próteses de silicone.

Ocorre que toda a minha mama esquerda estava comprometida, tiveram que retirar toda ela, toda a pele, tudo, então não havia pele para segurar a prótese. Assim colocaram um expansor, o que é um expansor? É como se fosse uma prótese de silicone vazia, que o médico vai enchendo aos poucos com soro através de uma válvula até que a pele cresça novamente e suporte uma prótese de silicone. Isso demora menos de uma ano. Fiquei aliviada. Ninguém queria me contar, quem me falou foi o Alessandro, eu disse que já imaginava que algo havia sido diferente do combinado, sou muito curiosa, então já viu, juntando com meu sexto sentido...

Não fiquei chocada não. Antes de fazer a cirurgia entreguei meu corpo nas mãos dos médicos e um dia antes da cirurgia disse aos dois: _ Não se preocupem com cicatrizes, se precisarem abrir mais que o normal, o façam, confio em vocês, só quero que tirem essa coisa daí. Eles riram, pois a maioria das mulheres se preocupa demais com a estética. Eu a essa altura da minha vida, já estou muito mais preocupada em viver do que com a tal da estética.

Assim se deu a cirurgia. Estou bem, digitando devagar, mas digitando. O braço esquerdo dói muito. Ainda não pude tomar um banho de verdade, ai que saudade! Banho só da cintura para baixo, cintura para cima panos umedecidos e cabelos um dia sim outro não.

Já como sozinha, escovo os dentes, mas não consigo fazer coisas simples como colocar um brinco ou pentear os cabelos.

É isso, por hoje chega né.

Até a próxima,



Thaís

Tantas coisas acontecendo...

Tanta coisa acontecendo, vc vai descobrindo, ou melhor tendo a certeza de que algumas suposições que vc tinha na vida, não são apenas suposições: é a mais pura realidade! E olha que encarar isso é fogo!
Quero aqui agradecer algumas pessoas que me ajudaram muito enquanto estive internada. Em primeiro lugar à minha tia Maga, que foi como uma mãe de verdade para mim, me aguentou chorando as dores no hospital de madrugada, me deu banho, escovou meus dentes, nossa, sem palavras para dizer o que ela fez por mim. Agradeço a família dela também, pois abriram mão de sua presença para poder estar comigo.
Minha tia Mema que cuidou dos meus filhos enquanto fiquei no hospital, a Raquel e a Vânia, por toda força e carinho que me deram, a Neide uma colega dos tempos de faculadade que há anos não vejo, mas que tem se feito presente nessa minha batalha agradeço também a minha irmã que ajudou com meus filhos nesses 3 dias em que fiquei no hospital.
Agradeço a todos, do fundo do meu coração.
Não vou dizer toda vez que agradeço ao Alessandro (meu marido), porque ele sabe o quanto sou grata por tudo o que ele tem feito, sei que não tem sido fácil para ele, mas vou dizer uma coisa. Assim que descobri a doença, cheguei e conversei abertamente com ele, perguntei se ele ia aguentar a barra, disse que não seria fácil, e que se ele quisesse a gente acabava ali e em nenhum momento ele aceitou essa minha sugestão, disse que eu estava louca e que dizer isso era absurdo, afinal já passamos por tantas coisas nesses 9 anos, que isso tiraríamos de letra.
Seguindo...
Não sei mais como é não estar com câncer, afinal agora sei que tenho de ter diversos cuidados que antes nem sonhava ter.
O HOSPITAL A. C. CAMARGO é simplesmente MARAVILHOSO com seus pacientes, fui muito bem acolhida lá, me sinto em casa.
Nos dias de internação pude constatar que isso não é apensa impressão, lá todos enfermeiros, médicos, atendentes são muito atenciosos, tratam a gente com muito carinho.
Agradeço demais ao Dr. Juan, a quem tenho como meu Mestre nessa caminhada, que me deu força e confiança para correr contra o relógio e operar o mais rápido possível. O Dr. Maurício, que é o cirurgião plástico que reconstruiu meus seios e teve a sensibilidade de reconstruir apenas um, colocando um expansor no outro para que a pele cresça sem ser tão agredida e depois coloquem o silicone. Ao Dr. Adriano, que junto com o Dr. Juan foi mais um dos médicos que me operaram. Agradeço também à anestesista, e todos os demais especialistas pelos quais passei, afinal foram muitos.
Um OBRIGADA bem grande à todos vocês!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O grande dia!

Olá!
A cirurgia foi realizada dia 12 de junho, estou me recuperando, tudo ainda dói, mas estou indo...

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Pensamentos e blá, blá, blá...

Bom, face a toda essa reviravolta na minha vida, eu poderia questionar tantas coisas... só que ultimamente meu tempo passou a ser mais precioso, tenho corrido muito mais que antes.
Talvez fosse disso que eu estivesse precisando.
Recomendo a todas as pessoas que visitem o Hospital A. C. Camargo, é uma entidade extraordinária, ultimamente tem sido minha segunda casa, afinal passo vários dias por lá. Os médicos, as atendentes, os enfermeiros, todos estão empenhados em te tratar como se você fosse o único a ser atendido por lá. A atenção que eles nos dão nos passa muita segurança e tranquilidade.
Lá conheci pessoas maravilhosas, solidárias e você acaba ouvindo cada história inacreditável.
Segunda-feira passada conheci a dona Mercedes, uma senhorinha de 77 anos de idade que faz parte das voluntarias do hospital, que usam aquele avental cor-de-rosa, ela é um exemplo de vida, está lá como voluntária há 28 anos, tempo exato da morte de sua mãe que era tratada lá, e como gratidão resolveu dedicar parte de sua vida a esse trabalho magnífico. Essas senhorinhas ficam em toda a parte do Hospital, umas te entregam as senhas de atendimento, outras dão instruções, visitam os pacientes nos quartos, ajudam a alimentar aqueles que precisam e por aí vai.

Mudando de assunto...

Tenho preparado o "espírito" do meu filho mais velho (6 anos) para as mudanças que meu corpo sofrerá.
Ele sabe que tenho um caroço no seio e que colocarei silicone no lugar (coisa que sempre disse que faria: plástica nos seios). Aí expliquei, que existe um remédio muito bom para que saremos logo, mas que ele faz o cabelo cair e que provavelmente a mamãe iria ficar careca. Aí ele disparou:
_ Ah! Mãe! Você não vai pagar esse mico né!!!
Eu ri muito, e ao mesmo tempo percebi a preocupação dele, afinal nessa idade as crianças questionam muito, e já pensou o que os colegas dele podiam tripudiar?! E fui logo dizendo que não tinha problema, porque eu ia comprar umas duas perucas diferentes e ele ia me ajudar a escolher. Aí ele ficou mais tranquilo.

História do “Laço Cor-de-Rosa”

Um homem, atraente, de meia idade, entrou em um bar e sentou-se. Antes de fazer o pedido, notou que um grupo de homens mais jovens que estavam em uma mesa perto da sua riam dele.
Lembrou-se da pequena fita rosa que levava na lapela de seu blazer e viu que se tratava de gozação. Olhou um deles diretamente nos olhos, levou o dedo até a lapela e apontou: Isto?
O outro respondeu-lhe: “Desculpe-me, amigo. Mas estávamos comentando como está bonito com esta fitinha rosa no blazer azul”.
- O sr. Que usava a fita convidou-o para sentar-se com ele em sua mesa e disse-lhe: “ Uso esta fita para chamar atenção sobre o câncer de mama. Uso-a em homenagem a minha mãe.
- Sinto muito, ela morreu de câncer de mama?
- Não. Ela está sadia e muito bem, mas foram seus seios que me alimentaram quando eu era bebê. Também uso em honra a minha esposa. Foram seus seios que alimentaram nossa filha de 23 anos.
- Já sei! Suponho que também use esta fita em honra a sua filha.
- Não! É muito tarde para isto. Minha filha morreu de câncer de mama há um mês. Ela pensou que era muito jovem para ter câncer. Assim, quando acidentalmente, notou uma pequena protuberância em seu seio ela ignorou. Pensou que como não a incomodava e nem doía, não havia com o que se preocupar.
Portanto, em memória de minha filha, uso esta fitinha com muito orgulho. Isto me dá oportunidade de falar com outras pessoas para que incentivem as mulheres a praticar regularmente o auto-exame das mamas e a fazer momografia uma vez por ano.
Tome. O homem buscou no bolso e entregou ao outro uma pequena fita cor-de-rosa.
Ele pegou, olhou-a e disse: “Poderia me ajudar a colocá-la?”
Seja você também um multiplicador. Vamos, todos juntos, abraçar esta idéia.

terça-feira, 3 de junho de 2008

A Cirurgia

Bom, continuo na correria.
Exames ficando prontos, e ansiedade é inevitável.
A cintilografia óssea deu normal, o que já é um alívio.
A cirurgia foi marcada para o dia 12 de junho e com certeza será um sucesso!
Terei de retirar a mama toda e esvaziar as axilas.
No mais, há tantas coisas a dizer que nem sei por onde, são dúvidas e mais dúvidas que parecem não ter fim.
Hoje fico por aqui.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Tratamento

Bom, fiquei dias sem escrever, porque agora o tempo é muito precioso (sempre foi, mas depois do diagnóstico vc dá mais valor a ele), e precisei correr atrás de muitas coisas, até então desconhecidas.
Comecei meu tratamento dia 21 de maio no Hospital A. C. Camargo, o médico me deu uma lista de exames para fazer.
Comecei pelo Raio X de tórax, depois a mamografia, esta me fizeram repetir 3 vezes, e a radiologista fazia uma cara nada boa. Perguntei se tinham achado um parceiro do lado direito também. Ela não entrou em detalhes e desconversou.
Depois me chamou de novo e de novo. Aí eu já ria, não sei se de nervoso ou o que, porque todo mundo fazia uma vez só e ia embora e eu já era a quarta vez que repetia, até que veio uma médica falar comigo. Me encheu de perguntas, do tipo: _ Tem certeza que ninguém na família tem? Vc amamentou? Fuma? Eu logo respondi que não tinha nenhuma das características do grupo de risco, a não ser ter tomado anticoncepcional, mas nada além disso.
Achei tudo muito estranho, mas minha tia Magali e seu marido Júlio que me acompanharam nesse dia, e foram maravilhosos, me acalmaram, dizendo que deve ser um procedimento normal.
Tem uma coisa que eu preciso contar ainda que não dê nome às pessoas. Fui no hospital e ao sair da consulta, fui marcar os exames. Ao entrar numa das salas do hospital onde marcam os exames me deparei com uma amiga dos velhos tempos de Guararema, onde morei a vida toda (estou há 3 anos em SP), foi um espanto, ela perguntou quem eu estava acompanhando e quando disse que eu era a paciente, ela levou um susto. Ela estava ali acompanhando seu marido, pelo qual sempre tive o maior carinhoe respeito, pois cursamos a faculdade de direito juntos, fizemos estágio no mesmo local, e é uma pessoa admirável. Se não fosse tão triste seria uma festa! Poderia dizer que fiquei muito feliz de encontrá-lo lá, não fosse a gravidade da situação.
Desde então trocamos telefones e mantemos contato. Ele foi operado e passa bem.
Voltemos então ao meu caso.
Voltei ontem ao hospital, para dar continuidade aos exames que são muitos, e desta vez meu marido e meu irmão foram comigo. Meu irmão é forte, daqueles que parecem preparados para ver de tudo, já meu marido, eu sabia que poderia ficar impressionado, principalmente com as crianças. E ficou. Não disse nada, mas dava para notar.
Fiz primeiro o de urina, depois o de sangue, depois ultrasson total de abdômem, biópsia onde tiraram 4 pedacinhos do caroço, e por último a cintilografia óssea. nessa última vc recebe uma injeção minúscula de um contraste na veia, na hora não dói nada. Vc tem que esperar 2 horas para esse líquido rodar pelo seu organismo e aí fazem um tipo de raio x de seus ossos do corpo todo.
Não sei se foi esse líquido ou o quê, sei que saí do hospital com dores de cabeça terríveis, igual a nunca tinha tido antes, parecia que formigas em chamas subiam pela meinha cabeça, doía muito. Cheguei em casa e não tinha condições de ler nada, nem de falar, nem de chorar, nem de nada. Só queria que aquela dor sumisse, mas ela não sumia. Tomei alguns remédios para dor e consegui dormir. Acordei umas 2 horas depois, bem melhor, mas ainda vinham algumas pontadas.
Melhorei. Hoje acordei nova em folha. Já já tenho de voltar ao hospital para terminar meus exames.
Esses dias todos foram de muita reflexão, muitos questinoamentos, muita pesquisa, pesquisas estas feita pela internet, que às vezes ajudam e às vezes tarapalham.
Estou lendo um livro que indico para qualquer pessoa, Lance Armstrong, que conta a história de um ciclista campeão que passou pela doença, e não vou contar muito para que vocês se interessem pelo livro.
Tenho que agradecer a muitas pessoas, que estão me ajudando muito.
Meu marido que está aguentando tudo isso, meus irmãos, meus tios e tias, a Joana, uma moça delicada que conheci ainda criança que passou pelo câncer e tem me ahjudado muito com informação, digo que ela é minha enciclopédia, a Karla, a Catarina, Cuca, Letícia, que mesmo de longe se mantêm presente.
Ao Hospital A. C. Camargo que me acolheu e tem me dado a segurança que preciso e a certeza de que irão me ajudar nessa batalha.

sábado, 17 de maio de 2008

Pesquisas e esclarecimentos

É engraçado, como as pessoas reagem à sua doença.
Muitas se apavoram mais que você!
Tento não pensar muito no assunto, e muitas vezes parece que a abertura daquele envelope foi só um pesadelo.
Hoje é um dia de muita pesquisa e esclarecimentos, um dos quais meu caso contraria totalmente (vide fatores de risco abaixo), por isso, se um dia você achar que pode ser câncer mesmo sem seguir as regras abaixo, vá a luta pesquise e tenha certeza de que não é nada!

Câncer de mama
O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.
Este tipo de câncer representa nos países ocidentais uma das principais causas de morte em mulheres. As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.
No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres.

Fatores de Risco
História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de mama. A idade constitui um outro importante fator de risco, havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia (instalada após os 50 anos de idade), a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos), constituem também fatores de risco para o câncer de mama.
Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o câncer de mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como as que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.
A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.

Sintomas
Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.

Fonte:
http://www.inca.gov.br

No meu caso, senti dor na axila ao colocar roupas na secadora que é suspensa.
Aí, apalpei o local da dor e vi que havia um caroço. Achei que pudesse ser íngua ou algo parecido, não dei bola, mas os dias passavam e o caroço lá.
Uns 20 dias após descobrir o caroço, recorri a um pronto socorro, fiz um ultrassom e lá estava ele com 2,2 cm.
O médico me tranquilizou dizendo que devia ser mastite, ou uma inflamação qualquer, mas mesmo assim solicitou que eu passasse por um mastologista. Passei, o mesmo me disse que não devia ser nada, afinal só tenho 29 anos, já tive filhos e amamentei, ou seja fator de risco quase zero!
Até que fiz a punção e obtive o resultado. Na data da punção ele já media 3,5 cm.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A descoberta!

É difícil acreditar, embora a possibilidade da doença fosse grande, quando se abre um envelope e o resultado se confirma, seu mundo cai.
Não tem jeito, por mais otimista que a pessoa seja, ela chora!
Assim aconteceu comigo. Há poucas horas atrás, quando abri o envelope do exame e descobri que realmente estou com câncer de mama.
Nada tão assustador como há anos, porém fora das regras, afinal tenho apenas 29 anos, já tive dois filhos, os quais amamentei e o histórico de câncer mais próximo foi da irmã de minha avó paterna.
É um susto!
Um baita susto. Acreditem!
Resolvi então fazer algo útil, este blog para que eu mesma e quem mais desejar possa acompanhar a minha grande batalha!
Por hoje é só. Minhas idéias se misturam à novidade e começa a dar pane!